Exibida de 25 de setembro de 1989 a 9 de março de 1990, em 142 capítulos, "O Sexo Dos Anjos" era uma versão atualizada de "O Terceiro Pecado", da mesma autora Ivani Ribeiro, em seus tempos na Excelsior. Se a trama de 1968 se passava nos anos 20, a versão do final dos anos 80, além de rebatizada, se passava nos dias atuais. Tal atualização não funcionou muito bem para uma trama que abusava da fantasia e, como resultado disso, a repercussão da trama foi pequena, ainda que ela tenha fechado com a média arredondada de 39 pontos (38,53) quando a meta do horário das seis era 35 pontos, índice considerado satisfatório. Por infelicidade do destino, a novela seguinte no horário ("Gente Fina", de Luis Carlos Fusco e Walter George Durst) derrubou os índices do horário e foi sucedida por "Barriga de Aluguel", que foi um tremendo sucesso de repercussão, mesmo com uma média final de 36,70 (37) pontos. Deu azar para "O Sexo Dos Anjos", pois pesou sobre ela a baixa repercussão, o fracasso absoluto da trama seguinte no horário e o tremendo sucesso da trama de Gloria Perez logo na sequência. O resultado disso foi que as tramas de 1989 (incluindo a malfadada "Pacto de Sangue", antecessora à trama de Ivani) e 1990 no horário passaram despercebidas na memória coletiva.
O disco nacional traz sucessos da época e é uma trilha sonora realmente agradável. Uma pena que o CD original tenha sido tão maltratado em seu master original: além das faixas de Lulu Santos e João Penca e seus Miquinhos Amestrados (nada menos que a FUCKING ABERTURA DA NOVELA) terem tido suas introduções suprimidas (fato que, apesar de eu ter extraído todos os arquivos do CD original, consertei com a boa e velha colagem), o pitch de TODAS AS FAIXAS DO DISCO vieram aceleradas. Umas mal se dava para perceber, mas outras ficaram tão aceleradas que a experiência de ouvir no CD original é no mínimo... pitoresca. Isso sem mencionar a completa ausência de agudos decentes, graves deficientes e um excesso de filtros utilizados pelo já falecido Ieddo Gouveia no processo da masterização. Explica-se: ele já era idoso à época e vinha de uma outra era na produção de discos. Tanto que logo foi substituído por Sergio Seabra, que estava mais adequado à era digital da música. Os defeitos foram devidamente corrigidos por aqui. Todos eles.
Destacam-se ainda no disco as presenças de Sandra de Sá, Skowa e A Máfia, Eduardo Dussek, Zizi Possi e uma improvável - porém irrepreensível - Marília Pera.
