Quero
o amargo concreto
Sem
temer o que é incerto
E
encontrar alguma força estranha
Que
insiste em brotar das entranhas
Quero
somente a clareza brutal
Sem
temer o caos nem o punhal
Aproveitar
essa visão tão cristalina
Que
insiste em dizer que tudo é vida
Quero
a sinceridade cortante
De
um peito sempre vibrante
Abocanhar
e devorar esse sabor
Sem
ilusões sobre o que é o amor
Encarar
com indiferença todo esse falso assombro
Dessa
gente que ignora o que há sob os escombros
Talvez
na luz do dia pular e dançar
Livremente
aprender a apenas planar
Rir
das prisões sem grades desses seres desumanos
Que
tão egoístas, ainda se julgam tão benevolentes
Que
ainda não aprenderam nada sobre o ser humano
Ferozes
apontam ao desconhecido, tão prepotentes
Quero
uma vida sem ilusões
Libertar
a alma dessas prisões
Que
tentaram em vão me impor
Mas
não me impediram de saber
Que
tudo o que rodeia é amor
E
muitos jamais vão entender