"Modernidade" foi um projeto que nasceu após Rodrigo Pitta, então compositor com pouco tempo de carreira, levou a melhor numa competição que houve - veiculada na Globo, inclusive, através do Fantástico - para musicar uma letra de Cazuza, datada de 1983, justamente "Modernidade". Rodrigo Pitta apresentou à Som Livre suas outras composições e agradou os produtores Gui & Tchorta Boratto. Para lançar o projeto, pensou-se em uma estética performática e, para isto, foi incumbido de encabeçar esta missão o ator e cantor Lulo Scroback, ou apenas Lulo. Nascia assim, pelas mãos dos produtores Gui & Tchorta Boratto e o próprio Rodrigo Pitta, o único álbum de carreira até hoje de Lulo, que seguiu pelos teatros da vida.
O disco abre com "Modernidade" e segue com "Amor de Reclame", que possui "Love's Theme" de Barry White de música incidental, mas isto não é creditado no disco. Na sequência, vem "Cartas", uma canção que registra o lamento da despedida de um amor finito. "Controle", que vem depois, talvez seja a composição mais confessional de Rodrigo Pitta que, apesar de brincar com as palavras, traz informações sobre si mesmo.
O restante do disco segue nessa mesma pegada. Questionamentos, caos, um flerte com o niilismo que ao mesmo tempo busca atribuir significados a tudo. Um reflexo cristalino das angústias existenciais de um então jovem adulto.
Ainda há espaço para as regravações de "Construção/Deus Lhe Pague", de Chico Buarque e "Odara", de Caetano Veloso, que parou na trilha sonora de "As Filhas da Mãe", onde Lulo também atuou.
"Modernidade" e "Por um Triz" fizeram parte da trilha sonora das novelas "O Clone" e "Estrela-Guia", respectivamente.