Em maio de 1989, era lançado o segundo CD da história da Som Livre de trilha sonora de novelas. Como "Que Rei Sou Eu?" estreou em fevereiro de 1989, seu disco nacional é anterior ao lançamento da trilha sonora internacional de "O Salvador da Pátria", o que significa que, assim como a novela das oito contemporânea, somente a trilha sonora internacional viu seu lançamento acontecer em CD. Os defeitos? Muitos. Lembram que eu já havia mencionado no post anterior sobre a lambança do sr. Ieddo Gouveia no formato? Aqui eles se intensificam: além de todas as faixas no lançamento original em CD estarem com os agudos insuportavelmente acentuados, a ausência de graves é tamanha que o caso mais grave se dá na faixa 13 (tá, ok, era a faixa do patrocinador da trilha sonora, mas mesmo assim...), que ficou tão aguda que mesmo no fone de ouvido dá a sensação de estar tocando num radinho de baixa potência. Qué pasa? No pasa! Enquanto o LP teve um tratamento sonoro digno, além das faixas estarem no pitch correto, no CD, além dos problemas de equalização na masterização, temos também o famoso caso recorrente de pitch alterado. Só que aqui, as faixas que foram "agraciadas" com alteração na velocidade viram sua rotação CAIR. São elas: as faixas de Taylor Dayne (a menos perceptível, devo dizer, mas tava com o pitch fora do lugar), Enya (aqui a coisa fica bem caída e a faixa, que tem 4'26, termina aos 4'32) e Guns N' Roses, que viu sua paciência, digo,"Patience", cair de 5'53 para 5'58. Claro que todos os defeitos - ou pelo menos grande parte deles - foram consertados por aqui. Ficou difícil consertar o canal direito da faixa de Kylie Minogue e Jason Donovan e na faixa da Carly Simon, sempre rola aquela sensação de que reaproveitaram algum rolo de mastertape em vez de pegar um virgem. O disco abre com "Eternal Flame" das Bangles e continua muito bem com o dueto de Freddie Mercury e Montserrat Caballé em "How Can I Go on". Ah, sim: a faixa aqui começa no final de "Guide me Home", que emenda com a introdução de "How Can I Go on". Ficou tão bem feito que, honestamente, prefiro assim. A terceira faixa é a gospel - mas vendida como romântica, de novo - "El Camino (Someday We'll Be Together)" com Santa Fé. Ah, bolaram as trocas no título da canção no lançamento original, além de colocar um til inexistente em "Camino", porque o pessoal responsável pela diagramação na Som Livre parecia sempre ter uma tremenda dificuldade com idiomas não-anglófonos. O disco segue com "Bamboléo" de Gipsy Kings que, de novo, veio sem acento no lançamento original. Taylor Dayne vem na sequência com sua "I'll Always Love You", penúltimo single de seu álbum "Tell It to My Heart". Matisse comparece depois com a instrumental "Les Chemins D'amour", que tem bem o clima da novela. Enya fecha a primeira parte do disco com "Orinoco Flow". Kylie Minogue, em ascensão à época, se junta a Jason Donovan em "Especially for You", que foi erroneamente grafada como SPECIALLY no lançamento de 1989. Ah, sim: a faixa está completa, é a versão de álbum tanto de Kylie quanto de Jason, que teve a faixa incluída em "Ten Good Reasons". Existe uma versão com final estendido, que até prefiro, mas a aqui presente não está cortada. O único corte de toda a trilha sonora ocorre na faixa seguinte, "Like a Child", de Noel Pagan: a faixa perdeu quase 2 minutos e um pedaço considerável da letra. Além disso, como não havia sido lançado seu disco por aqui até 1991, a faixa foi extraída de LP, mas está pouco perceptível. Carly Simon vem pinçada da trilha sonora de "Working Girl", que por aqui se chamou "Uma Secretária de Futuro" com "Let the River Run", um belo momento. Os suecos do Herrey's (ou Herreys, ambas grafias estão corretas) comparecem com "Turn, Turn, Turn", uma presença anacrônica se considerarmos que a faixa foi gravada em 1984 e lançada em 1985. Ocorre que a Warner Music não os representou por aqui à época e seus poucos lançamentos em terras tupiniquins se deram por intermédio da finada FIF (Fermata Indústria Fonográfica). Lil Consant, brasileira, faz uma releitura competente de "When I Fall in Love" e logo depois vem "American Bars" com Leo Robinson, talvez o único momento realmente dispensável do disco, que é fechado com Guns N' Roses e sua "Patience".
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