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segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Reissue: Top Model: nacional (1989)

Novela que sucedeu "Que Rei Sou Eu?" no horário das 19 horas. "Top Model" foi o maior sucesso de Antonio Calmon, escrito em parceria com Walther Negrão, registrando média final de audiência de 53 pontos, 13 pontos acima da meta de 40 vigente para o horário à época. A trilha sonora nacional veio simplesmente matadora e até hoje, 29 anos depois, é associada diretamente à trama. Teve, sem dúvida, muito mais força - e animação - do que a trilha sonora internacional. Quase que por um milagre, Ieddo Gouveia não cagou muito com o formato CD. Além disso, as faixas vieram maiores do que no LP, onde sofreram suaves edições que não comprometeram muito. O tratamento sonoro dado ao CD foi bem mais generoso que os primeiros lançamentos no formato para novelas: além do volume estar consideravelmente mais alto (talvez um pouco mais baixo que Tieta 1, devo deixar claro), as faixas não sofreram aqui com excesso de agudos. Tirando uma ou outra que ficou deficiente de graves (como as faixas de Buana 4 e Evandro Mesquita), o som o CD foi bastante digno. Único porém, que nem chega a incomodar: as faixas vieram com um gap bem grandinho entre elas, mas isso eu também desfiz por aqui. Ah, sim: nenhuma faixa teve o pitch acelerado ou retardado. Tudo estava no seu devido lugar. O disco abre com a também canção de abertura da novela "Eu Só Quero Ser Feliz" com Buana 4. No CD a faixa veio com quase nenhum grave, dando a impressão de tocar dentro de uma lata. Consertei isso, óbvio. Foi bem simples, inclusive. Lobão manda bem com "Essa Noite, Não (Marcha à Ré em Paquetá)" na sequência. O som desta faixa no CD está ótimo, a propósito. Mas, cabe aqui ressaltar que o pretensioso Lobão tá beeem longe de apontar mediocridade em qualquer artista, visto que ele mesmo não faz nada de grandioso. Djavan segue a trilha com "Oceano" e na sequência Kiko Zambianchi grava uma versão em português de "Hey Jude" dos Beatles. Kid Abelha e Os Abóboras Selvagens comparecem com "Dizer Não é Dizer Sim" e na sequência Evandro Mesquita vem com a irônica "Babilônia Maravilhosa", que basicamente faz uma crítica ao Rio de Janeiro num ritmo animado. Robertinho de Recife vira Rob Little (gente, a criatividade de quem resolveu colocar esse pseudônimo tava escassa...) e manda a instrumental "Memories" fechando a primeira parte. A faixa teve o miolo editado no LP, aqui tem a parte faltante. Marina Lima abre os trabalhos da segunda parte com "À Francesa", com participação de Claudio Zoli, também compositor da faixa. Léo Jaime manda um "the book is on the table" propositalmente nonsense na introdução de "Bobagem", que tem duas músicas incidentais não creditadas: "Primavera (Vai Chuva)" e "Gostava Tanto de Você". Rita Lee e Roberto de Carvalho comparecem em ótimo momento com "Independência e Vida" e Fábio Jr. vem logo depois com "Vida". Placa Luminosa vem com a inconfundível "Fica Comigo" na sequência e são sucedidos pelos porto-alegrenses d'Os Cascavelletes com a polêmica "Nêga Bom Bom", um momento inusitado do disco com sua punhetinha de verão sem censura (ah, o final dos anos 80... iam com alegria na crista da onda do fim da ditadura, foi uma época bem menos moralista que hoje, inclusive...). O disco fecha com a ótima instrumental "Passarela" com o Nova Era de Paulo Henrique e Iuri Cunha. A faixa, assim como a sétima, foi editada no miolo no LP. Aqui, veio com a parte faltante.
para baixar o disco, clique aqui





 
 

2 comentários:

César Henrique Xavier Rosa disse...

Primeiramente parabéns e obrigado pela postagem. Cheguei por meio do Google, buscando respostas sobre "Rob Little" e "Nova Era". Não entendo sobre a parte técnica musical, mas no que tange a trilha sonora de novelas, este álbum fica facilmente para mim no "Top 10". Respondido sobre o "Rob Little", permanece uma dúvida sobre o "Nova Era". Afinal do que se trata? Um grupo que produz(ia) instrumentais para as novelas da Rede Globo?

Heyner Mercado disse...

Agradeço imensamente pelas palavras. Nova Era se trata de uma espécie de superbanda com os produtores e arranjadores Paulo Henrique, Iuri Cunha e Edom. Como são especializados na criação de trilhas sonoras originais, eles figuraram em algumas novelas entre o fim dos anos 80 e começo dos anos 90.