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quinta-feira, 7 de agosto de 2025

Arabian Nights. 1 e 2 (2000) - Som Livre/Som Livre-Universal

    Aproveitando que a coletânea mais recente postada por aqui foi Hit Parade de 1994, trouxe mais duas coletâneas da Som Livre que contém em suas capas ilustrações de Romero Cavalcanti: os dois únicos volumes de Arabian Nights, lançados em 2000. O primeiro saiu pela Som Livre e o segundo em parceria com a Universal Music, o que não impediu, ainda assim, pequenos "gatos por lebre", digamos assim. Explico mais adiante.

    O primeiro volume veio em fevereiro de 2000 na crista da onda do sucesso tardio de El Arbi, de Khaled, 7 anos depois de seu lançamento em 1992. A faixa abre o primeiro volume e logo depois temos o MP4 DJ, brasileiro, trazendo o sucesso Arabian Nights, que dá título à coletânea. Fata Morgana, de Dissidenten, já era quase sleeper hit ao parar em Sassaricando, na virada para 1988, pois a gravação é de 1984. Bom resgate aqui. Busindre Reel é, na verdade, música espanhola, de autoria de José Angel Hevia, ou simplesmente Hevia, um grande sucesso europeu em 1999, aqui regravado por um obscuro Sabah Ali, mantendo o distintivo didgeridoo na introdução, aqui encurtada. Amr Diab aparece na quinta faixa com uma versão remixada de Nour El Ain, inexplicavelmente creditada como Habibe aqui. Na sexta faixa, Dimples D surge remixada por Ben Liebrand na sua Sucker DJ, que estourou na virada para 1991 graças ao produtor, já que a gravação original era de 1983 e bastante minimalista. Tão minimalista que sequer foi preciso remover a base original, apenas foram adicionados elementos. A faixa foi extraída de LP e teve seu final encurtado em 5 segundos na tentativa de ocultar a fonte. Dania finca sua presença na sétima faixa com Leiley. Rachid Taha fecha a primeira parte do disco com Ya Rayah. Amr Diab volta com Khaled na nona faixa com Alby (erroneamente creditada como Albey). A gravação, inexplicavelmente para 1999, foi lançada oficialmente apenas em mono. Trancedence, de Jaï Yerini, provavelmente algum DJ brasileiro, incorpora elementos cinematográficos a duas gravações que serviram de base: Fata Morgana de Dissidenten e I Wonder If I Take You Home, de Lisa Lisa & Cult Jam. KXMR de Snake Raab é um ótimo momento do disco. Another Arabian Night, de Uttal Deejay, não faz feio. Sidikim Groove, de Ozan Sökmen, também é um ótimo momento. "Oficialmente", o disco fecha com DJ Memê e Alexis C. (Cheb Memê e Cheb Alexis), resgatados de 1993 com Kibe-Lezah, um bom pastiche. As faixas-bônus, atualizações questionáveis de El Arbi e Fata Morgana, não fariam falta se ali não estivessem. Mas é assim que veio, então...

    Já o volume 2 começa com Şımarık de Tarkan, que estourou por aqui com 3 anos de atraso. O disco ainda traz Didi de Khaled (e um remix de N'Ssi N'Ssi bem com a cara dos anos 90), Time for a Change de The Rapsody (os créditos mutantes começam por essa faixa e vão longe), Arabian Pleasure, de Mario Più e Mauro Picotto, erroneamente creditados em ordem invertida e com Mario virando Mauro também. Ah, sim: a faixa só existe em MPEG, que era febre dos DJs na época. Ainda assim, soa bem. Há, também, uma leve edição no intermezzo, que tira uma repetição desnecessária. Seguindo a sequência de créditos trocados, Unconditional é o artista e Magic Fett é o nome da música (não é Feet). Tara traz a sua versão de Rich Girl e a já citada versão remixada de N'Ssi N'Ssi é a sétima faixa. Não contente em pedir música no fantástico com 3 erros em sequência, a oitava faixa traz o quarto erro de crédito do disco: Urban é o projeto (o mesmo de Trancedental, em Um Anjo Caiu do Céu) e Deal é o nome da música. Audível na letra, inclusive. Egyptian Strings de Mohamed Arab e Mustafah de Amr Kalah são bons momentos, quando não mais que de repente... um caso de plágio velado: Abdel Wahrame, de Maman, pegou a introdução (sem alterar) e o adlib (repetido por toda a faixa, aqui) de SOS (The Tiger Took My Family), de Dr. Bombay, sucesso eurodance de 1998. E eu achando que a parceria da Som Livre com a Universal Music pelo menos impediria gravações legalmente desafiadas, mas... bem, André Werneck fez isso durante 9 anos. Humshalah de Sheik Hums, o remix sem vocais de Rachid Taha para Indie e a versão em português de Şımarık com Mr. Jam fecham o disco.

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3 comentários:

K. Araújo disse...

A versão para El Arbi eu tenho ela no Summertronic e achei muito boa, achei até que superou a já ótima original; já aquela Fatamorgana genérica, achei no mínimo bizarra.
E quanto ao volume 2, pensei que só as faixas de Unconditional e Maman vieram erradas no CD. Que coisa, não?

Humberto Mercado disse...

Arabian Pleasure tem um erro menor de crédito, mas o caso de Deal é bem perceptível. Fora que o projeto Urban emplacou música em trilha sonora menos de 1 ano depois.

NelJoFer disse...

Que maravilha essa ultimas postagens, nos fazendo voltar no tempo, que curtimos muito essesas lindas múscas! Valeu...