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quarta-feira, 30 de março de 2016

Num piscar de olhos, lá se foram 8 anos!

Parece que foi ontem ou semana passada. Mas no último dia 27 de março se completaram 8 anos de existência desse blog. Tudo começou em 27 de março de 2008, de uma maneira tímida e bastante diferente do que é hoje.
Saladificador passou por vários nomes e algumas mudanças de domínio antes de ser batizado definitivamente de Saladificador.
Aliás, ainda em 2012 mais ou menos, Saladificador tinha um nome mais extenso e um tanto complicado de se pronunciar: Saladificador de Variostudo. A ideia era que o nome fosse diferente e ao mesmo tempo transmitisse a ideia do blog, que em seus primeiros 3 anos focava em variedades de todos os tipos possíveis e imagináveis.
Porém, a partir de meados de 2011, o foco passou a ser em sua maioria musical. Por anos eu mesmo neguei que se tratava de um blog de música. Só fui compreender que música era a responsável por atualmente mais de 90% de todo o conteúdo postado no blog nesses últimos anos há pouco tempo.
Tudo começou da maneira mais despretensiosa possível, quando comecei a me aventurar com os aprendizados que passei a ter há mais ou menos 7 anos com engenharia amadora de áudio.
O começo foi no mínimo conceitual, pra não dizer complicado. Aprender a masterizar áudio é um processo relativamente lento que demanda, acima de tudo, ouvidos apurados para que se diminua - e de preferência se elimine - discrepâncias de volume/equalização/graves/agudos/distribuição de áudio entre os canais entre todas as faixas que pertencem a um disco.
De 2009 pra cá muita coisa mudou. Aprimorei minhas técnicas e mudei algumas vezes de programa (software) de edição e melhorias dos arquivos de áudio. Obviamente nunca penso totalmente que o jogo está ganho. São quase 8 anos buscando o melhor desse aprendizado e acredito que é algo que nunca termina. Hoje é melhor que ontem, mas ainda é pior que amanhã. Um dos meus prazeres é poder trazer discos remasterizados na mais alta qualidade possível e qualquer esforço a mais no que diz respeito a isso nunca será em vão.
Agradeço muito, de coração, a todos aqueles que passaram a me seguir ao longo desses anos aqui no blog. Agradeço também aos que ainda virão. A satisfação de vocês também é minha. Gosto de proporcionar uma boa experiência auditiva para todos!
Mas, devo explicar algumas coisas e até mesmo antecipar um pedido de desculpas (não que eu sinta que eu deva pedir desculpas, mas isso é mais pra evitar que qualquer pessoa venha me chamar de grosseiro sem nem me conhecer...): como já expliquei há alguns anos, eu não atendo a pedidos, salvo raras exceções, quando esses pedidos vem de amigos. E sou um sujeito de poucos amigos. Não barganho e nunca barganhei amizade, então não costumo criar laços de amizade com quem chega forçando, por exemplo, uma intimidade que não tem comigo. Sendo assim, existe um outro fator decisivo para que eu não atenda pedidos: a própria programação/agenda que faço para cada mês aqui no blog (sim, criOnças, quando um mês começa eu já tenho ele todo planejado até o fim!) me impede de abrir muitas exceções sem que isso gere excesso de postagens. Salvo raras exceções, não possuo o costume de, por exemplo, postar mais de um disco no mesmo dia. Gera excesso e confusão de informações e pode atrapalhar as pessoas.
Além disso, existe outro fator: pessoas que nem me conhecem, não sabem de onde vim nem pra onde vou, querendo mandar no meu trabalho. Isso é extremamente desagradável. Amo de verdade poder proporcionar um trabalho de qualidade ao público, mas fico bastante desagradado quando esse mesmo público quer saber mais do meu trabalho do que eu mesmo. Sugiro a quem quer me dar ordens que tente baixar programas como SoundForge, Audacity e tantos outros programas bons que tem por aí, pagos ou gratuitos. Depois que baixarem, tentem masterizar um arquivo de áudio, de preferência aquele bem prejudicado por má equalização ou qualquer defeito na matriz. Depois que vocês perceberem o tamanho da dificuldade que a coisa tem pra qualquer principiante, que vai passar fatalmente horas quebrando a cabeça e refazendo o serviço apenas numa canção até encontrar uma masterização aceitável (na base da tentativa e erro, mesmo), vocês avaliem melhor antes de sair, com o perdão da palavra, cagando regras pra quem faz o trabalho grosso. Se mesmo assim não conseguirem compreender, se juntem à turma do "faz melhor" e abram seus próprios blogs, que daí o tempo vai mostrar a diferença que a qualidade tem ;)
Não atendo pedidos porque mesmo possuindo quase todos os discos que eventualmente me pedem que eu remasterize, outros blogs - e bons, por sinal - já fizeram o serviço e eu não estou aqui para competir com ninguém. Muito menos para copiar ou imitar o trabalho de quem quer que seja.
Mas não pensem que sou um monstro. Simplesmente não estou e não estarei aberto a pedidos que não venham dos meus poucos e bons amigos. Nunca fui e nunca serei um sujeito de fazer média para ganhar mais ou menos popularidade. Eu poderia fingir que não percebo os pedidos que persistem mesmo depois de quase três anos que eu disse que não atendo pedidos? Poderia. Mas preciso reforçar isso enquanto houver quem venha aqui nos comentários achando que tem liberdade pra fazer pedido. Não tem. O trabalho é meu, eu faço porque gosto, não ganho UM centavo nisso, mas faço porque quero e é isso tudo o que posso oferecer.

Espero que venham mais 8, mais 16, mais 32 anos de blog pela frente, no mínimo. Sempre com música de qualidade pra todos vocês que acompanharam e acompanharão o blog ainda, não importando de que época ou de que estilo seja a música. 
E desejo poder fazer muito mais ainda, tanto com os reissues quanto com as coletâneas originais e exclusiva do meu "selo" Saladificador Recordings.
Nesses 8 anos, muita coisa evoluiu. Espero que sempre siga nesse rumo.
Mais uma vez, meu muito obrigado a cada um de vocês, de coração!

Até o mês que vem! ;)

terça-feira, 29 de março de 2016

Reissue: Sassaricando: internacional (28th Anniversary Edition)

"Sassaricando" foi uma telenovela brasileira escrita por Silvio de Abreu e exibida de 9 de novembro de 1987 a 10 de junho de 1988, em 185 capítulos. Um grande sucesso que ganhará um "remake" disfarçado a partir de 16 de maio, com a estreia de "Haja Coração", supervisionada pelo próprio Silvio de Abreu e escrita por Daniel Ortiz (responsável por "Alto Astral", que era uma sinopse de Andrea Maltarolli antes de sua morte, em 2009).
A trilha sonora internacional, apesar de absurdamente picotada em seu lançamento original em fevereiro de 1988 (em LP e K7), veio recheada de boas canções, como destaco:
 PARADISE IS HERE/ Tina Turner
JUST TO SEE HER/ Smokey Robinson
BREAKOUT/ Swing Out Sister
GIVE ME ALL NIGHT/ Carly Simon
FATA MORGANA/ Dissidenten - inclusive essa fez um imenso sucesso por ser tema de Fedora (Cristina Pereira), um dos maiores destaques da trama. A próxima Fedora será interpretada pela igualmente leonina Tatá Werneck - 
(I'VE HAD) THE TIME OF MY LIFE/ Bill Medley & Jennifer Warnes
UNCHAIN MY HEART/ Joe Cocker

Ainda há vários momentos interessantes no disco. Para quem quiser matar as saudades dessa trilha sonora, esse reissue vem com todas as faixas devidamente remasterizadas e também acompanha encarte com letras das canções, com direito a menção de editoras e ISRCs porque nunca custa evitar problemas futuros com as gravadoras, né não?
Aviso: a arte de capa é BASEADA na arte gráfica original, mas é uma desconstrução feita para o reissue. Se estão procurando por capas originais, aqui não é o seu lugar.
Curtam muito, porque eu mesmo curti pacas o resultado desse trabalho!
para baixar esse disco, clique aqui




 
 

segunda-feira, 28 de março de 2016

Exclusive: Radio Hits 2016, volume 4

O quarto volume de Radio Hits 2016 traz 14 canções, sendo 11 delas singles que tem feito sucesso ao redor do mundo nos últimos dois meses. Inclui Meghan Trainor, Mike Posner, Fifth Harmony, Ariana Grande, Alessia Cara, Lukas Graham, Zayn, Adele e outros grandes nomes. Confira!
para baixar o disco, clique aqui






 
 

sábado, 26 de março de 2016

Exclusive: Autumn Radio 3

O terceiro volume de "Autumn Radio", que pontua o outono aqui no hemisfério sul, traz 16 canções de artistas e bandas de diversos estilos: do soul ao rock, do smooth jazz ao pop contemporâneo, também é um disco que viaja por alguns lugares do mundo, indo da Itália à Suécia, da Dinamarca à França e assim por diante. Ainda tem espaço para o single mais recente de Gwen Stefani: o videoclipe de "Make me Like You" foi gravado ao vivo durante um intervalo da edição desse ano do Grammy. Vale a pena conferir.
para baixar o disco, clique aqui




 
 

segunda-feira, 21 de março de 2016

Out of Print: O Beijo do Vampiro: internacional (2002)

"O Beijo do Vampiro" foi uma novela de Antonio Calmon, exibida de 28 de agosto de 2002 a 2 de maio de 2003, em 215 capítulos. Prometida como uma "Vamp" 2, do mesmo autor, nem de perto visualizou o mesmo sucesso da novela exibida 11 anos antes. Feita para "salvar" o horário (das 19 horas) que vinha encontrando dificuldades de manter bons índices de audiência há um ano (desde o final de Um Anjo Caiu do Céu, em 24 de agosto de 2001), "O Beijo do Vampiro" teve uma média geral praticamente idêntica à média de "As Filhas da Mãe" (exibida entre 27 de agosto de 2001 a 18 de janeiro de 2002), com 28 pontos, numa época que o ideal para o horário eram 35 pontos. Sua antecessora, "Desejos de Mulher", apesar de duramente criticada, conseguiu chegar ao seu final com 32 pontos de média geral. O horário só entraria nos eixos na trama seguinte: "Kubanacan", exibida de 5 de maio de 2003 a 23 de janeiro de 2004, fechou na meta dos 35 e sua sucessora, "Da Cor do Pecado", finalizou com inacreditáveis 43 pontos de média geral.
Apesar dos índices pífios de audiência, a novela rendeu três discos para a trilha sonora, que foi muito bem executada na trama. Neste post, você poderá baixar a trilha sonora internacional diretamente extraída do CD original, lançado em dezembro de 2002. Confira!

para baixar o disco, clique aqui
 
 

segunda-feira, 7 de março de 2016

Out of Print: Uga Uga: internacional (2000)

"Uga Uga" foi uma telenovela brasileira escrita por Carlos Lombardi e exibida de 8 de maio de 2000 a 19 de janeiro de 2001, em 221 capítulos. Exibida no tradicional horário das 19 horas, teve uma trilha sonora nacional e outra internacional lançadas.
Mas o destaque fica por conta do disco internacional, mesmo. Foi uma aposta diferente da Som Livre naquele ano. Apesar de conter hits como "I Turn to You" de Christina Aguilera, "Northern Star" de Melanie C e "Thank You For Loving me" de Bon Jovi, a grande maioria de faixas presentes no disco são de origem praticamente exclusiva. E o resultado ficou surpreendentemente bom. Vale a pena conferir com carinho.
para baixar o disco, clique aqui
 
 

Out of Print: O Quinto dos Infernos (2002)

"O Quinto dos Infernos" foi uma minissérie brasileira escrita por Carlos Lombardi e exibida de 8 de janeiro a 29 de março de 2002, em 48 capítulos. Neste post, você poderá baixar gratuitamente a trilha sonora da minissérie extraída diretamente do CD original. Confira!
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Out of Print: Esplendor (2000)

"Esplendor" foi uma telenovela brasileira escrita por Ana Maria Moretzsohn, Gloria Barreto, Daisy Chaves e Izabel de Oliveira e exibida de 31 de janeiro a 23 de junho de 2000, em 125 capítulos. Sua trilha sonora, mista, foi lançada em volume único. Neste post, você pode baixar a trilha sonora extraída diretamente do CD original. Confira!
para baixar o disco, clique aqui
 
 

domingo, 6 de março de 2016

A Estranha (e Instável) Autoestima do Brasileiro

Antes de mais nada, gostaria de deixar claro que esse texto (ou artigo, como preferirem) é apenas a expressão de minhas opiniões e impressões sobre o tema que tratarei. Não se trata - graças a Deus! - de uma verdade absoluta e DEVE ser questionado por quem tiver algo a acrescentar. Mas, sem mais delongas, vamos ao que tenho observado nos últimos anos sobre o nosso povo brasileiro.
Talvez eu seja muito jovem para ter a pretensão de analisar toda uma sociedade de toda uma nação. Afinal de contas, desses 30 anos vividos, pouco mais da metade deles foram realmente dedicados a entender o ser humano. Dito isso, vamos ao tema:
Acho no mínimo esquisita a maneira como o brasileiro médio (isto é: a maioria das pessoas, ainda assim isso não é uma generalização) costuma reagir de formas tão distintas diante das coisas. Há momentos que ele reage como forte defensor de sua pátria, há momentos que ele repudia tudo o que vem do seu país, desde coisas triviais a coisas mais importantes.
Exemplos para isso não faltam. Um deles é, por exemplo, o tão falado complexo de vira-lata do brasileiro médio. Ele é real. Existe, de fato, uma adoração quase religiosa a tudo aquilo que vem de fora, do exterior, seja dos Estados Unidos ou do continente europeu. Ah, a Europa! Como gosta o brasileiro médio de encher a boca para falar desse continente como se fosse a coisa mais bela do mundo! Isso não é, principalmente à luz da história, algo completamente descabido? Deveria ser, não é? Mas quase nunca isso é lembrado.
O brasileiro comum sofre de autoestima baixa incontáveis vezes. Considera melhor tudo aquilo que vier de fora, seja música, literatura, vestuário... existe um fascínio pelo estrangeiro. Um fascínio invejoso. O brasileiro comum tem inveja das culturas estrangeiras. Não sabe nem porque inveja, mas inveja tudo aquilo que julga não possuir. Mas possuir o que, afinal de contas? Nem ele sabe. Quer alguma coisa. Não sabe o que é, só sabe que quer mais e mais e mais. Se vier do estrangeiro, melhor ainda! É sinônimo de status, de poder, de diferenciação. Tudo isso é sintomático de uma autoestima baixíssima.
Rejeita a própria cultura, rejeita a própria comida, rejeita a própria música. Se possível fosse, rejeitaria até mesmo o próprio idioma, mas é aí que o brasileiro médio esbarra na sua maior mediocridade: desejoso de aprender outros idiomas, acredita ele que o ponto máximo da vida é saber falar outro idioma com fluência, mas termina esbarrando na dificuldade de aprender outro idioma depois de adulto, pois será uma jornada ingrata de muito esforço e pouco resultado a curto prazo. Os tropeços serão muitos e, muitas vezes, frustrado por não ter aprendido rapidamente um segundo idioma, o brasileiro médio desiste, abandona a missão. Se julga incapaz antes mesmo de ter seguido a luta. Segue invejando tudo aquilo que vem de fora.
Passa a invejar a vida de todos aqueles que tiveram outras vivências e é aí que vem o outro lado da estranha e instável autoestima do brasileiro médio: julgando-se incapazes de conseguir o que inicialmente almejaram, acabam se aproximando de pessoas que tiveram mais sorte que eles, seja por terem aprendido um segundo idioma desde crianças (por vontade própria ou por descenderem de estrangeiros, tanto faz), seja por terem passado uma longa temporada vivendo em outro país ou seja mesmo por terem tido mais facilidade ou até mesmo mais persistência na busca dos seus objetivos. É aí que o brasileiro médio tenta "sorver" o que pode das pessoas que alegadamente admiram. Só que não admiram. Lá no fundo, bem no fundo, sentem inveja. Inveja esta que só nasce porque ele mesmo, brasileiro comum, se sente incapaz das coisas e para esconder de si mesmo a própria frustração, a projeta em terceiros.

Procuram tornar-se amigos dessas pessoas que tiveram o privilégio de ter acesso a um tipo de conhecimento ou cultura (ou seja lá o que for o objeto de suas buscas...) diferentes dos seus, para poderem enriquecer seus conhecimentos. Desejam o saber, desejam alcançar seus objetivos. Mas como se cansam facilmente quando o caminho não chegou nem na metade, preferem se aproximar justamente de quem possui o que eles desejam. Estudar? Nem pensar! Suas rotinas já são atribuladas demais, não é mesmo? Mais fácil se torna cercar-se de pessoas que possuem o que lhes interessa, para que elas possam ser suas fontes de inspiração e desejo pela vida que nunca alcançam. Juntar dinheiro? Só se for pra passar uma temporada BA-FÔ-NI-CA no estrangeiro pra poder tirar uma infinidade de selfies e ostentar todo seu viralatismo nas redes sociais! Ler textão? Nem pensar! Mais fácil é mentir que leu best-sellers e se contradizer ao não conseguir ler qualquer artigo com mais de 40 linhas sem reclamar que é textão.
Só que com o tempo tudo isso se esvazia. O brasileiro médio descobre que para conseguir alcançar o que deseja, ele vai precisar, como qualquer ser humano nesse mundo, ir atrás do que quer. Se desanima. Se frustra. Novamente se sente incapaz, mas jamais admite isso diante de ninguém. Como ainda tem seus amiguinhos que falam outros idiomas, que viveram no estrangeiro, que possuem aquilo que eles ardentemente desejam, ainda passam algum tempo tentando absorver - ou melhor, SUGAR - tudo o que puderem. Mas logo percebem que desse mato não sai cachorro algum. A arrogância e a prepotência do brasileiro médio são seus piores inimigos. Nunca admitem que erram. Os errados são sempre os outros.
É aí que o caldo entorna. Percebendo-se incapazes de alcançar seus objetivos pelos atalhos, sequer cogitam tentar novamente o caminho mais certo e mais demorado. Em vez disso, vestem-se novamente de grandes patriotas que amam sua nação.
Confesso que acho patriotismo uma bobagem sem tamanho. Não importa de onde vem. Nacionalismo é coisa de gente fascista e fraca. Nenhum pedaço de terra vale a vida de ninguém ou de um povo. Porque é isso que países são: pedaços de terra, somente. O homem é quem cria as fronteiras. Nunca fui, não sou e nem pretendo ser patriota. Jamais sacrificaria minha vida por pátria alguma, fosse ela onde fosse. Minha vida vale mais do que estúpidos pedaços de terra.

Mas, voltando: o brasileiro médio, quando vestido com sua camisa de grande patriota defensor da nação, começa então a atacar aleatoriamente tudo aquilo que puder. Aqueles que antes eram seus amiguinhos úteis (por terem vivido as experiências que eles tanto desejavam) passam a ser os inimigos. "Gente que se acha, né? Só porque fulaninho viveu parte da infância em tal país e fala tal idioma ele se acha!". Parece infantil? Pois é exatamente assim que funciona o pensamento do brasileiro médio, quando colocado de frente com suas próprias frustrações. Os outros que são arrogantes. Os outros que se acham superiores! Onde já se viu um ser humano que nasceu no mesmo país que eu ter a petulância de ter vivido em outro país e falar outro idioma na mesma fluência que fala o português? Esse sujeito se acha! Esse sujeito deve se achar superior!
Mas, na verdade, não são os ex-amiguinhos do brasileiro médio que se sentem superiores. É ele que se nivela por baixo. É ele que inicialmente busca o caminho mais fácil para alcançar o que deseja, mas sempre desiste no meio do caminho e, em vez de assumir a própria responsabilidade pela própria falta de paciência e perseverança, prefere colocar a culpa nos outros, na sociedade, na lua, no sol, nos planetas do Sistema Solar ou no gato preto que cruzou seu caminho em um belo domingo ensolarado. Admitir que erra? Jamais! São sempre os outros que erram, nunca o brasileiro médio.

É aí que o brasileiro médio resolve reafirmar sua suposta autoestima, atacando de maneira sistemática tudo aquilo que na verdade, ele inveja. E ainda tem a pachorra de dizer que é humilde. E não poupa lágrimas e drama para fazer a sua ceninha de humilde colar diante das pessoas. Afinal de contas, os outros precisam estar errados. É mais fácil colocar a culpa nos outros do que se responsabilizar pelas próprias frustrações e buscar fazer alguma coisa para reverter o quadro.
Esse ciclo, por sua vez, sempre recomeça quando uma nova e mirabolante meta pinta na vida do brasileiro médio. Começo, meio e fim serão sempre iguais enquanto ele não parar de viver sempre à sombra de alguém.

sábado, 5 de março de 2016

Reissue: O Fim do Mundo (20th Anniversary Edition)

"O Fim do Mundo" foi uma telenovela brasileira escrita por Dias Gomes (19/10/1922-18/05/1999) e exibida em 35 capítulos, de 6 de maio a 14 de junho de 1996. Inicialmente idealizada para ser uma minissérie, a trama ocupou o espaço das 20 horas e recebeu o título de mininovela, para que houvesse tempo suficiente para a produção da novela seguinte, "O Rei do Gado", que seria substituta de "Explode Coração", que havia sido encurtada em 30 capítulos. Neste post, a trilha sonora foi remasterizada e o projeto gráfico refeito. Confira!
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quinta-feira, 3 de março de 2016

Reissue: Daniela Mercury - O Canto da Cidade (24th Anniversary Edition)

Há 24 anos, era lançado o segundo álbum de Daniela Mercury e primeiro por uma grande gravadora (no caso, a Sony). "O Canto da Cidade" deu continuidade ao sucesso do álbum anterior e ainda alavancou mais a carreira da cantora.
Neste reissue, todas as faixas foram readequadas a níveis próximos aos atuais, em termos de equalização, volume e distribuição de canais. Além disso, capa e contracapa foram refeitas. Confira!

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terça-feira, 1 de março de 2016

Reissue: Deborah Blando - Deborah Blando (18th Anniversary Edition)

Pouco mais de um ano depois do bem sucedido "Unicamente", Deborah Blando, em seu melhor momento como letrista, veio com o único álbum homônimo de toda a sua carreira. Os destaques são muitos, a começar pela primeira canção: "Próprias Mentiras" trata de uma forma ambígua e muito bem conduzida sobre o fim de um relacionamento claramente abusivo. Deborah, como intérprete, revela nessa faixa uma força incrível. Dois anos depois, a canção foi lançada como single ao ser incluída na novela "Laços de Família", atualmente reapresentada no Canal Viva;
A faixa seguinte, "Contradições" trata da dualidade de cada um de nós e as inevitáveis inseguranças e arrependimentos que podem acontecer no meio do caminho. Outra interpretação contundente de uma letra surpreendentemente madura;
Apesar de ser digna de nota, a terceira faixa, "Indivisível" acaba eclipsada pela canção seguinte: "Filme de Mim" manifesta, de uma forma muito feliz, as percepções de vida, de mundo e de espiritualidade da intérprete.

Ainda há espaço no disco para sobras de estúdio de sessões anteriores, regravadas e readequadas ao clima do disco, que transita em sua totalidade entre a dualidade natural do ser humano e a busca espiritual.
A última faixa, "Sentiment", não se trata apenas de "Gianluca" (última canção de "Unicamente") rodada ao contrário. Para que "Sentiment" ficasse exatamente da maneira idealizada por Deborah e sua produção, uma nova base instrumental foi feita e apenas parte dos vocais de "Gianluca" foram utilizados, propositalmente fora de compasso e com a adição de arranjos vocais que não estão presentes na gravação de 1997. Aqui neste reissue, juntei a versão "original" de "Sentiment" com sua versão "reinvertida". Confira!

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