Olhai os Lírios do Campo Internacional (1980) / não-oficial

     Pensaram que não tinha novidade vindo aqui pela Saladificador, no que diz sentido às trilhas sonoras não-oficiais? Pois felizmente pensaram errado, porque está começando por aqui a parte que resta das novelas que poderiam ter tido trilhas sonoras internacionais e não tiveram. O único critério para as restantes é que, sendo novelas das seis anteriores a Cabocla, tenham tido pelo menos uma trilha sonora oficial lançada em LP. As que tiveram suas trilhas sonoras lançadas somente em compactos com 4 ou 6 faixas, ficam de fora. Combinado? Então sigamos à primeira escolhida pra a continuidade da nossa série: Olhai os Lírios do Campo Internacional.

    Novela de Geraldo Vietri e Wilson Rocha, baseada em obra homônima de Érico Veríssimo, a trama foi exibida às 18 horas de 21 de janeiro a 24 de maio de 1980, em 108 capítulos. Como a novela se passa nos anos 30 do século passado, optei por escolher exclusivamente composições da década de 30. Algumas poucas gravações são da época, mas a maioria são regravações que vão até 1979. Participam do disco Bing Crosby, Shirley Bassey, Jimmy Roselli, Fats Waller, Rosemary Clooney, Fred Astaire, Bill Evans, Al Bowlly, Ann-Margret, Sergio Mendes & Brasil '66, Julie London, Robert De Niro e Mary Kay Place, Bette Midler, Peggy Lee, Dick Powell e Ella Fitzgerald.

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As Três Marias Internacional (1981 - não-oficial)

     A primeira trilha sonora internacional não-oficial anterior ao período de fabricação de CDs aqui no Brasil que fiz foi justamente "As Três Marias", em novembro de 2016. Como o período de exibição da novela (novembro de 1980 a maio de 1981) marca a transição da década de 70 para a de 80, fiz uma seleção de músicas que foram lançadas entre 1978 e final de 1979, visto que não era raro que algumas trilhas sonoras internacionais tivessem músicas com considerável delay entre seus lançamentos e suas inclusões nas trilhas sonoras. Aqui eu apostei no limite de 3 anos de lançamento, mesmo, tanto que as faixas aqui presentes foram lançadas bem antes das faixas escolhidas para minha versão de "Marina" internacional, que foi a novela anterior no horário das seis.

    O horário das seis foi oficializado como faixa de novelas somente em 1975 com "Helena" e só foi ver sua primeira trilha sonora lançada (em compacto) na terceira trama seguida no horário, também em 1975. Ainda assim, "Sinhazinha Flô", entre 1977 e 1978, não teve trilha sonora comercializada. A primeira novela das seis que contou com trilha sonora lançada em LP (long play, ou longa duração) foi "Dona Xepa", também em 1977, mas somente a partir de "Cabocla", em 1979, que os compactos foram totalmente abolidos. Porém, somente em 1982, com a novela "O Homem Proibido", que fomos ver a primeira trilha sonora internacional oficialmente lançada para o horário, numa joint-venture entre a Globo e a Columbia (CBS, hoje Sony Music) pelo selo Opus, que durou até meados de 1985. Sendo assim, todas as novelas do horário antes de 1982 não tiveram seus discos internacionais.

    O disco conta com a presença de ABBA, Gibson Brothers, Rainbow, Status Quo, The Three Degrees, Art Garfunkel, Dr. Hook, Gary Numan (em dose dupla, também fechando o disco com sua banda Tubeway Army), The Dooleys, Sugarhill Gang, Olivia Newton-John, Sad Café e Elvis Costello & The Attractions.

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Saramandaia Internacional (1976 - não-oficial)

     Hoje é dia de trazer de volta em FLAC a trilha sonora internacional idealizada por mim no final de 2017 para a novela "Saramandaia", exibida de 3 de maio a 31 de dezembro de 1976. Foram selecionadas faixas que foram lançadas até o final de 1975, para a seleção ser totalmente coerente com a época. Conta com a presença de Earth, Wind & Fire, Captain & Tenille, Hamilton, Joe Frank & Reynolds, The Staple Singers, Neil Sedaka, Eagles, Paul Simon, Johnnie Taylor, Ohio Players, Pierre Groscolas, Riccardo Cocciante, Bellamy Brothers, Natalie Cole e Antonello Venditti.

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Minha Doce Namorada Internacional (1971 - não-oficial)

     Continuando com o que ainda resta para trazer de volta das trilhas sonoras internacionais imaginadas para as novelas que não as tiveram, trouxe de volta a trilha sonora internacional que montei para "Minha Doce Namorada", de 1971. Quando a Som Livre assumiu a produção das trilhas sonoras para a Rede Globo, o formato das trilhas sonoras (anteriormente lançadas pela Philips - atual UMG, a Universal Music Group - nos anos anteriores a 1971) estava prestes a sofrer uma alteração drástica no formato que até então era conhecido e (pouco) difundido na nossa cultura brasileira. 

    Os discos nacionais continuariam sendo produzidos especialmente para as novelas, com material exclusivo, pelo menos até 1976, mas a partir de meados de 1971, a Som Livre colocou no mercado pela primeira vez uma trilha sonora internacional, da novela das 22 horas da época, "O Cafona". A coisa era tão experimental à época que o segundo disco recebeu o justo título de volume 2, para somente a partir da novela seguinte no horário, "Bandeira Dois", finalmente receber o nome "internacional". Ainda assim, em 1971 a Som Livre ainda estava se firmando como gravadora e como representante oficial das trilhas sonoras da Rede Globo, o que fez com que novelas contemporâneas da época ficassem sem um segundo volume de suas trilhas sonoras. Fundada dois anos antes, em 1969 (e fechada 52 anos depois, em 2021, ao ser comprada pela Sony Music), a gravadora do finado João Araujo (02/07/1935-30/11/2013) se empolgou com a popularidade inesperada e do consequente sucesso de vendas da trilha sonora nacional de "O Cafona", preparando um segundo volume. A novela contemporânea do horário das 19 horas, entretanto, não teve uma segunda trilha sonora, bem como a trama contemporânea do horário das 20 horas, "O Homem Que Deve Morrer". Somente a partir da novela seguinte no horário das 19 horas, "O Primeiro Amor", que se estabeleceu a tradição de lançar uma trilha sonora internacional para todas as novelas do horário. Tal tradição só seria quebrada quase 33 anos depois, com o cancelamento da trilha sonora internacional de "A Lua me Disse". 

    Neste disco, cujo "lançamento" original em MPEG se deu em 12 de dezembro de 2016 por aqui, selecionei 14 faixas que poderiam ter servido de trilha sonora à novela "Minha Doce Namorada", apresentada em 242 capítulos, de 19 de abril de 1971 a 25 de janeiro de 1972, baseado no que foi popular nas paradas de sucesso internacionais entre o final de 1970 e o começo de 1971. Como já é de costume, as fontes obtidas para o resgate são totalmente sem perdas espectrais. Espero que gostem do resultado!

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O Homem que Deve Morrer Internacional (não-oficial)

     Ainda focando no resgate em FLAC das trilhas sonoras internacionais imaginadas para as novelas que não as tiveram, retomo com o restante que ainda não havia sido devidamente resgatado por aqui. Nesta retomada, escolhi minha versão do que poderia ter sido a trilha sonora internacional de "O Homem que Deve Morrer", escrita pela então incansável Janete Clair (25/04/1925 - 16/11/1983), que emendava uma novela atrás da outra no horário que na época era das oito (hoje das nove), desde que havia ajudado Emiliano Queiroz a finalizar "Anastácia, a Mulher sem Destino" em 1967. "O Homem que Deve Morrer" foi a penúltima de oito novelas que Janete escreveu ininterruptamente para o horário nobre da então ascendente Globo. A última da sequência foi justamente "Selva de Pedra", um de seus trabalhos mais marcantes. Após o final de "Selva de Pedra", Walther Negrão assumiu a novela seguinte, "Cavalo de Aço", que anos depois teria seu reboot batizado de "Fera Radical" no horário das seis.

    Em 1971, a Globo começava a lançar suas trilhas sonoras pela gravadora Som Livre, visto que os lançamentos anteriores ocorriam pela Philips (hoje Universal Music), mas somente no final daquele ano surgiu a primeira trilha sonora internacional, por "acidente", no horário das dez, que exibia a novela "O Cafona". A primeira trilha sonora internacional no horário das oito aconteceu justamente com "Selva de Pedra" em 1972, com repertório que aproveitava muito do catálogo da Motown, na época licenciado pela gravadora Top Tape por aqui.    

    Na minha proposta de trilha sonora internacional de "O Homem que Deve Morrer", bebi pouco da fonte da Motown, pois busquei uma visão mais ampla da música internacional da época. Inclui The Who, Elton John, Neil Diamond, Marmalade, Al Green, St. Cecilia, The Supremes, Badfinger, John Kongos, Cher, The Delfonics, Lobo e Curved Air. "Lançado" pela primeira vez por aqui em 14 de dezembro de 2016, em MPEG, o projeto gráfico (um tanto pixelado, sim) foi mantido, com melhorias dentro do possível. As músicas, no entanto, foram todas retiradas de fontes realmente lossless, para garantir uma plena audição do projeto. Espero que esteja bom para quem for ouvir!

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No Rancho Fundo

     É chegado o momento de trazer a trilha sonora de "No Rancho Fundo" ao mundo e, como já é de costume, a Saladificador traz o disco da trilha sonora ainda na semana da estreia da novela. Desta vez, as dezessete faixas fazem parte da trilha sonora oficialmente divulgada da novela, não havendo nenhuma adição da minha parte. Caso fique por isso mesmo, não haverá um segundo volume. Também é pouco provável que haja um volume internacional, pois uma novela regional como "No Rancho Fundo" não parece compatível com uma trilha sonora internacional. Elba Ramalho e Natascha Falcão aparecem em dose dupla, juntas na música de abertura, homônima da novela, e também em "Veio D'água" (Elba) e "Adeus" (Natascha). Inclui ainda Pietá (com "Perfume de Araçá", música que coloquei em 2022 na minha versão da trilha sonora de "Pantanal"), Fagner, Edu Lobo, Comadre Florzinha (com "Grande Poder", música que utilizei para fechar o disco de "Mar do Sertão", também em 2022. Tanto ela quanto a de Pietá fazem oficialmente parte da trilha sonora de "No Rancho Fundo", mesmo) e outros grandes nomes.

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Hipertensão Internacional (1987)

     Também é vez de trazer de volta a trilha sonora internacional de "Hipertensão", que reuniu hits do começo ao fim. Inclui The Human League, Madonna, Peter Cetera, Chris de Burgh, Wax, Century, Ric Ocasek, James Brown e outros grandes nomes.

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Hipertensão (1986)

     Não é todo dia que aparece trilha sonora por aqui que tenha músicas exclusivas dela, não é mesmo? Pois aqui é o caso: o disco com a trilha sonora nacional da novela Hipertensão tem como exclusividade do disco as faixas "Playmate" de Anne Perec e "Razões", de Armandinho, composição de Moraes Moreira, que por sua vez, também aparece aqui com uma versão exclusiva de "Sintonia", com o arranjo diferente da versão mais conhecida. Tanto as faixas exclusivas do disco quanto as faixas 7 e 8 foram, nesta ordem, cedida (7) e pré-masterizadas (3, 8, 12 e 13) por Denis Gazeta. O disco ainda conta com as presenças de Zeca Pagodinho, João Bosco, Heróis da Resistência, Claudio Zoli e A Cor do Som provavelmente numa das dobradinhas mais animadas de discos de novela até hoje, João Gilberto, Sá & Guarabyra, Rosana, Titãs e Engenheiros do Hawaii.

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Champagne Internacional

    Não poderia ficar de fora a trilha sonora internacional de Champagne, né? Pudera: pelo menos dez das catorze faixas do disco foram bem-sucedidas pelo mundo. Não exagerei quando disse se tratar de um disco cheio de hits. Até mesmo a versão genérica de "Making Love Out of Nothing at All", com os aqui batizados de Fresh Air (em claro trocadilho com Air Supply, os intérpretes originais da canção) não faz feio. Ah, e ela veio de streaming, totalmente digital, por aqui: no Deezer e em outras plataformas, a versão da novela consta como pertencente à discografia de Epic Soundtrack Allstars, que reúne vários artistas e bandas do underground regravando clássicos da música pop sem dar nome aos bois. O disco ainda conta com a presença de Crocodile Harris, Lionel Richie, Kenny Rogers e Barry Gibb, Gloria Gaynor, Lillo Thomas, Boys Town Gang, James Otis White Jr. (cuja faixa nunca foi encontrada em lugar algum em mais de 40 anos e ainda temos de nos contentar com a versão que mal ultrapassa os 2 minutos), Willie Nelson e Julio Iglesias, Huey Lewis and the News, New Edition, Laid Back, The Sixties e, por fim, Manolo Otero.

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Champagne

     Champagne foi uma novela de Cassiano Gabus Mendes (29/07/1927 - 18/08/1993), em sua estreia no horário nobre da Globo - pois antes ele havia apenas escrito novelas, todas grandes sucessos, às 19 horas. Exibida de 24 de outubro de 1983 a 4 de maio de 1984, a novela acabou tendo baixa repercussão e quase passou batida, pois a faixa do horário das oito, hoje das nove, enfrentava uma fase difícil que se estendia desde setembro de 1981, com a estreia de "Brilhante", de Gilberto Braga (01/11/1945 - 26/10/2021) e só se recuperaria duas novelas depois, com "Corpo a Corpo", também de Gilberto Braga, entre 1984 e 1985. Ainda assim, deixou uma trilha sonora com momentos bem interessantes, mesmo que tenha sido eclipsada três meses depois pela trilha sonora internacional, que veio recheada de hits. A única faixa não presente no streaming é a faixa 5, "Bons Tempos" de Mariana. Todo o restante foi extraído das plataformas e a remasterização foi feita a partir daí. Nota-se, com muita clareza, que a faixa 4, "Como a Brisa" de Bruno (Nunes, falecido em 2014), é extraída de LP, ainda assim. O disco se destaca pelas faixas de Rita Lee, Gilberto Gil, Fafá de Belém, Ritchie, Santa Cruz e Marcos Valle.

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