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terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Spoiler de 26: Luz dos Paradoxos (Cupins da Consciência) (música original, parte do álbum Meu País, Minha Missão))

 

Falta de aviso não foi — deixei o mundo consciente,
Mas os paradoxos voltam sempre, como vento reincidente.
Chegam perto, desmedidos, e não há como evitá-los,
São presenças que acompanham os passos e os intervalos.

Me perguntam se me afeta, se desvia o meu caminho;
Preocupação não muda nada — segue o curso do destino.
Então permito que existam, que habitem o que eu sou,
Pois o homem também nasce de tudo aquilo que o opôs.

E percebo, no silêncio, entre um pensamento e outro,
Que a contradição revela o que há de mais profundo no encontro.

São cupins da consciência, rodeando toda a luz,
Tateando cada sombra, cada calor que produz.
Vem sem ver o que procuram, mas persistem na missão,
E no toque incandescente deixam marcas pelo chão.

São cupins da consciência, dançando em volta do existir,
Trazem dúvidas e ecos que me fazem prosseguir.
Pois é no movimento frágil dessa busca sem fim
Que descubro que a contradição também vive em mim.

Vocês talvez se perguntem: “Que sentido há nessa ligação?”
E eu respondo: na cegueira deles vejo a minha condição.
Cupins não têm olhos, mas têm tato e seguem pelo calor,
Como ideias que se aproximam do nosso íntimo interior.

E penso no quanto somos feitos de um impulso semelhante,
Às vezes cegos, às vezes sábios, mas sempre seguindo adiante.
Se erro vem, ele ensina; se acerto vem, ele passa —
A vida é essa teia breve que a contradição abraça.

E ao olhar com mais cuidado o que antes me confundia, Vejo a essência do paradoxo revelando quem eu seria. São cupins da consciência, rodeando toda a luz, Tateando cada sombra, cada calor que produz. Vêm sem ver o que procuram, mas persistem na missão, E no toque incandescente deixam marcas pelo chão. São cupins da consciência, dançando em volta do existir, Trazem dúvidas e ecos que me fazem prosseguir. Pois é no movimento frágil dessa busca sem fim Que descubro que a contradição também vive em mim. Entre certezas que se quebram, entre perguntas que renascem, Eu encontro um espaço vivo onde as respostas não se gastem. E ali compreendo, enfim, que o paradoxo é parte inteira: É farol e é risco; é ferida e é maneira. São cupins da consciência, carregando o que nos resta, E nas voltas que eles traçam, descubro a minha aresta. Se a luz que me conduz também me faz hesitar, É nela que eu encontro força pra continuar. São cupins da consciência, na jornada que escolhi, E ao seguir o seu caminho, reconheço o que perdi. Entre o toque e a chama viva que ressoa aqui e ali, Eu aprendo que a contradição também me fez chegar até aqui.
Letra: Humberto Mercado


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